quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Celular, conexão Wi-Fi, poluição, calor: afinal o que pode afetar a fertilidade masculina?


Telefones móveis, cuecas apertadas, excesso de peso, tabagismo, abuso de álcool, excesso de exercícios físicos: todos já foram apontados como fatores que interferem na fertilidade masculina. E um novo estudo, recentemente publicado na revista Fertility and Sterility, sugere que as ondas de rádio Wi-Fi também podem afetar negativamente a motilidade dos espermatozóides e causar danos à fragmentação do seu DNA.
“Como é muito comum encontrarmos informações conflitantes, além de muitos mitos, sobre os fatores que afetam a fertilidade masculina, reunimos algumas considerações relevantes sobre o tema”, explica o urologista Sidney Glina, diretor do Projeto ALFA, Aliança de Laboratórios de Fertilização Assistida.

IDADE

Antigamente, acreditávamos que os homens mantinham-se igualmente férteis ao longo de suas vidas. Mas pesquisas recentes já fazem os urologistas acreditarem que a qualidade e a quantidade do esperma declinam lentamente, nos homens, que ao envelhecerem, apresentam uma diminuição na produção de testosterona. A fertilidade masculina diminui progressivamente após os 50 anos de idade. “A maioria dos homens segue fértil até morrer, mas cerca de 20% passa a ter uma produção diminuída de espermatozóides. Além disto, nos gametas de homens com mais de 50 anos encontramos mais alterações genéticas do que nos gametas de homens mais jovens. No entanto, não temos evidências para afirmar que a idade do pai está ligada a problemas futuros no desenvolvimento infantil, tais como dificuldades de aprendizagem da criança”, afirma Sidney Glina.

ÁLCOOL

álcool afeta a capacidade do organismo de absorver zinco, um nutriente vital para obtermos espermatozóides saudáveis. As pesquisas sugerem que beber moderadamente não provoca efeitos nocivos sobre a quantidade ou a qualidade dos espermatozóides. ”No entanto, muitos estudos comprovam que o consumo excessivo de álcool reduz a contagem de espermatozóides. Em relação às bebidas alcoólicas, moderação é a palavra chave”, aconselha o urologista.

PÍLULA ANTICONCEPCIONAL

Em 2009, o Vaticano publicou um relatório afirmando que a infertilidade masculina tinha aumentado por causa dos hormônios femininos sintéticos da pílula.  O documento alegava que os hormônios femininos liberados nos sistemas de esgoto encontravam seu caminho para o fornecimento de água e prejudicavam vários homens. “O relatório do Vaticano é visto com ceticismo por muitos cientistas, que defendem que o sistema digestivo do corpo absorve o estrógeno, por isso, é pouco provável que o hormônio da pílula seja liberado no meio ambiente, prejudicando a fertilidade masculina”, explica Sidney Glina.

DIETA

Uma dieta saudável “ajuda a manter” os espermatozóides saudáveis. Mas há poucas evidências de que dietas vegetarianas ou dietas ricas em proteínas tenham qualquer efeito sobre a capacidade de concepção. “Não há verdade na alegação de que os consumidores de carne são mais viris. Substâncias químicas chamadas fitoestrogênios, que são encontradas em alimentos como café, soja e cerveja, têm sido associadas à uma baixa contagem de espermatozóides, mas o link não está estabelecido”, diz o urologista.

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